A hipertrofia cardíaca é uma doença complexa marcada por espessamento do músculo cardíaco e conhecida como cardiomiopatia hipertrófica. A cardiomiopatia hipertrófica (CMH) é uma doença miocárdica primária, caracterizada pela presença de hipertrofia ventricular, acometendo com maior prevalência o ventrículo esquerdo (VE), podendo ser este envolvimento simétrico (concêntrica) ou assimétrico (septal, medioventricular, apical, lateral e posterior) e cujo diagnóstico foi sistematizado a partir da década de 50.
A CMH é classificada segundo sua distribuição anatômica nos tipos septal, medioventricular, apical, lateral e concêntrico, além de suas extensões a outras regiões.
Uma série de alterações causam transtornos à circulação de sangue e ao ritmo cardíaco, podendo cursar com arritmias fatais.
Muitos pacientes têm história familiar de cardiomiopatia hipertrófica e parece ser resultante de muitos defeitos em genes que controlam o crescimento do coração.
Sintomas
A cardiomiopatia hipertrófica afeta de forma diversa. Em alguns pacientes o sintoma principal é a falta de ar, dificuldade de respirar em exercícios, dor no peito. Alguns não apresentam sintomas e está muito ligada a morte súbita em atletas jovens.
Diagnóstico
O primeiro exame a chamar a atenção é o eletrocardiograma, e o ecocardiograma define a espessura da parede assim como as alterações dinâmicas, como presença de obstrução intraventriculares e alterações na valva mitral. Espessura da parede dos ventrículos maior que 14 mm, evidenciam o diagnóstico.
Basicamente, temos duas formas de cardiomiopatia hipertrófica, a obstrutiva e a não obstrutiva. Na forma obstrutiva, a valva mitral está envolvida na obstrução ao fluxo de sangue. Na forma não obstrutiva, não há obstrução a ejeção do sangue. Corações com hipertrofia apresentam déficit de relaxamento que não permite o coração se encher suficiente para manter sua demanda.
Tratamento
O tratamento inicial é alívio dos sintomas com medicamentos. Em caso dos sintomas persistirem, é necessário uma discussão mais aprofundada de qual é a melhor intervenção.
Em muitos casos, a cirurgia para ressecção de áreas de obstrução é o melhor tratamento. O perfeito entendimento do envolvimento da valva mitral e sua correção é fundamental para alivio da obstrução e alivio dos sintomas.
Nosso grupo cirúrgico tem uma grande experiência com cardiomiopatia hipertrófica, na ressecção da área de obstrução e na correção mitral. Na maioria dos casos, usamos técnicas de conservação da valva mitral. Em outros casos existe a indicação formal de implante de marca-passo desfibrilador.